segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Ensino Profissional


Ensino Profissional...

Fico um nadinha chateada ou aborrecida quando ouço alto o que mentes privilegiadas deviam manter só para si. 

Sobre ele diz-se que:

1.º - facilita

2.º - não instrui

3.º - não incentiva o pensamento

4.º - absorve capital

5.º - facilita

6.º - facilita

7.º - beneficia alunos em risco de abandono escolar

8.º - (não me quero repetir, mas acho que é ... facilita)

Para não voltar aos tempos antes do 25 de Abril, começo por hoje…

Tendo em conta que a escolaridade obrigatória se estendeu até aos 18 anos e sabendo que alguns alunos, de meios desfavorecidos ou não, não veem na escola um futuro, um projeto, um caminho, torna-se necessário encontrar alternativas, entre elas o ensino profissional, que ao logo das últimas décadas foi perdendo reconhecimento.

Não considero de todo que os alunos não sejam estimulados, talvez o sejam de forma bastante mais humana, pessoal e social, já que profissionalmente falando... os recursos são muito poucos.

Não acredito no facilitismo, mas na defesa de valores. O simples despejar de uma habilidade e treiná-la, só por si não é educação e para que seja profissional, há muito a fazer na área das competências pessoais e sociais. Ser um exímio soldador, mecânico ou assistente, devia incluir uma postura correta, educada, sensível.

Se absorve capital é porque o país não suporta só os doutores, arquitetos, engenheiros… é porque alguém precisa saber arranjar um carro quando o de um médico, professor… avaria.

Se abarca alunos em risco de abandono escolar, é porque alguém insistiu para que fosse preciso estudar até aos 18, quando estes alunos aos 13, 14 ou 15 já apresentam elevado absentismo escolar.

Isto não é facilitar, é criar oportunidades, é levar os alunos a refletir numa causa, a sua. O facilitismo está dentro daqueles que acreditam que é menos válido, ou dos que não acreditam em nada. Facilitar um nota a um aluno do ensino profissional, quando algumas disciplinas não estão ajustadas à realidade do curso e das exigências diárias é aproximá-lo de um futuro, de uma meta, sem que isso belisque o essencial.

Os alunos podem não gostar da escola por inúmeros motivos, cabe à Instituição prever estas situações e dar-lhes método, ferramentas e respeito.