Ensino Profissional...
Fico um nadinha chateada ou aborrecida quando ouço alto o
que mentes privilegiadas deviam manter só para si.
Sobre ele diz-se que:
1.º - facilita
2.º - não instrui
3.º - não incentiva o pensamento
4.º - absorve capital
5.º - facilita
6.º - facilita
7.º - beneficia alunos em risco de abandono escolar
8.º - (não me quero repetir, mas acho que é ... facilita)
Para não voltar aos tempos antes do 25 de Abril, começo por
hoje…
Tendo em conta que a escolaridade obrigatória se estendeu
até aos 18 anos e sabendo que alguns alunos, de meios desfavorecidos ou não,
não veem na escola um futuro, um projeto, um caminho, torna-se necessário
encontrar alternativas, entre elas o ensino profissional, que ao logo das
últimas décadas foi perdendo reconhecimento.
Não considero de todo que os alunos não sejam estimulados,
talvez o sejam de forma bastante mais humana, pessoal e social, já que
profissionalmente falando... os recursos são muito poucos.
Não acredito no facilitismo, mas na defesa de valores. O
simples despejar de uma habilidade e treiná-la, só por si não é educação e para
que seja profissional, há muito a fazer na área das competências pessoais e
sociais. Ser um exímio soldador, mecânico ou assistente, devia incluir uma
postura correta, educada, sensível.
Se absorve capital é porque o país não suporta só os
doutores, arquitetos, engenheiros… é porque alguém precisa saber arranjar um
carro quando o de um médico, professor… avaria.
Se abarca alunos em risco de abandono escolar, é porque alguém
insistiu para que fosse preciso estudar até aos 18, quando estes alunos aos 13,
14 ou 15 já apresentam elevado absentismo escolar.
Isto não é facilitar, é criar oportunidades, é levar os
alunos a refletir numa causa, a sua. O facilitismo está dentro daqueles que
acreditam que é menos válido, ou dos que não acreditam em nada. Facilitar um
nota a um aluno do ensino profissional, quando algumas disciplinas não estão
ajustadas à realidade do curso e das exigências diárias é aproximá-lo de um
futuro, de uma meta, sem que isso belisque o essencial.
Os alunos podem não gostar da escola por inúmeros motivos,
cabe à Instituição prever estas situações e dar-lhes método, ferramentas e respeito.